terça-feira, 27 de agosto de 2013

Livro de Pedro Ernesto Filho





Abri ansioso o pacote, pois sabia que o livro que me chegava às mãos vinha repleto de poesia.

O autor havia me dado a honra de escrever as orelhas:

Quando eu ainda nem pensava em escrever meu primeiro folheto de cordel, Pedro Ernesto Filho já desenvolvia motes sobre os mais variados temas, unindo talento e técnica com um equilíbrio que, quando eu lia seus versos, sentia como se estivesse ouvindo o som das violas e a voz dos cantadores nos terreiros das fazendas.
Aliás, para mim, é isso que um poeta ser grande: o talento, com o qual extrai poesia das fontes mais improváveis; e o domínio da técnica, que o permite expressar essa poesia usando com destreza e sensibilidade a sua ferramenta, as palavras.
Em seu livro Por Dentro da Cantoria, Pedro Ernesto Filho mostra sua generosidade ao compartilhar com o leitor tanto uma coisa como a outra.
Nos quatro capítulos que compõem o livro, fala da evolução da cantoria e exibe dezenas de gêneros poéticos utilizados, orienta sobre como desenvolvê-los e ainda apresenta inúmeros de seus poemas. Uma riqueza para quem quer sorver a sua poesia, para quem deseja estudá-la ou para quem sente o germe da poesia em seu ser e pretende seguir esse caminho.

 É exatamente o que penso da obra.

Antes de escrever esta postagem, dei uma busca no Google, pra ver se alguém já tinha escrito alguma coisa e encontrei esses versos do próprio Pedro Ernesto em sua página:

Quando fiz Cidadania
disse: estou feliz demais,
senti o prazer da paz
nas entranhas da poesia;
Por dentro da Cantoria
também me deixa contente
porque o dom do repente
refina o que produzi
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

Daquela época pra cá
escrevi sobre amizades,
referenciei cidades
que compõem o Ceará,
fiz alusão como está
a paz no meu continente,
e as graças do Onipotente
no meu coração senti
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

Descrevi o dom da arte,
conceituei a cultura,
cantei a literatura
e dos heróis, falei em parte;
o peso do bacamarte
e o seu uso antigamente,
crime contra adolescente
que sem querer assisti
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

Falei um pouco da história
de quem tem versos de lavra e
das virtudes da palavra
no reforço à oratória,
registrando na memória
a mágoa que um povo sente
quando elege um presidente
como alguns dos que eu já vi
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

Retratei uma emoção
de quem volta à sua terra e
da casa do pé de serra
que exigiu evolução
e que na reconstrução
prendeu a atenção da gente
porque lembrava parente
que nunca mais eu revi
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

Sobre as qualidades boas
que brilham na humanidade,
como o dom da humildade
no coração das pessoas,
também transformei em loas
o passado e o presente,
iluminando a vertente
do pouquinho que aprendi
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

Engrandeci escritores,
prefaciei muitas obras,
critiquei grandes manobras
que reprimem os eleitores,
rejeitei os dissabores
que surgiram em nossa frente,
defendi severamente
o torrão onde eu nasci
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

Prestei homenagem a gênio,
defendi nossa Nação,
fiz uma avaliação
da mudança de milênio,
e da falta de oxigênio
que afeta o meio ambiente,
do que vem futuramente
narrei como percebi
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

Transformei discurso em verso,
dos sonhos disse a grandeza,
prestei honra à natureza
percorrendo o universo,
do ódio eu fiz o inverso
pregando o que um vate sente,
fiz da poesia uma lente e
por ela um poema eu li
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

Mas o que mais me engrandece
é conservar no que fiz
o mundo grato e feliz
escutando a minha prece;
pois o bom leitor merece
apoio mais consistente
e uma oração consciente
dita do jeito que ouvi
- Por tudo o quanto escrevi
estou feliz novamente.

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