domingo, 28 de outubro de 2012

Academia Quixadaense de Letras




OS IMORTAIS DA 
TERRA DOS MONÓLITOS

Ontem, 27 de outubro de 2012, data na qual a cidade de Quixadá completou 142 anos, um grupo de apaixonados pelo conhecimento e pela cultura, especialmente pela literatura, participou de um ato solene que há de repercutir por muitos e muitos anos: foi fundada a Academia Quixadaense de Letras.

Foram vinte os acadêmicos fundadores que receberam o título de imortais.

Aliás, foram não, fomos, porque, após a alegria de ser acolhido por Quixadá - tendo sido agraciado com o título de cidadão quixadaense, em julho deste ano - participei dessa iniciativa tão importante em prol do enriquecimento cultural da Terra dos Monólitos,tornando-me também um imortal.


E foi uma bela festa, com a presença de representantes das academias de letras de Salvador-BA, Lavras da Mangabeira-CE e dos municípios do Estado do Ceará. Autoridades, empresários e muita gente interessada em cultura, lotando os mais de trezentos lugares do auditório da Cúria Diocesana.

O sucesso do evento é um sinal de que existem muitas pessoas interessadas em cultura no sertão central do Ceará. O que é preciso são iniciativas que rompam com a mesmice da massificação cultural, proporcionando às pessoas, especialmente aos jovens, oportunidade de manter contato com manifestações efetivamente artísticas, no campo da literatura, da música e de tantas formas de expressão.

Acredito que trabalhar para isso é um dos grandes desafios da Academia Quixadaense de Letras.

Mas, pensarei nisso a partir de amanhã. Hoje quero aproveitar a sensação prazerosa de ter ajudado a criá-la.

Não posso encerrar sem parabenizar e agradecer a três pessoas que foram fundamentais para que a Academia Quixadaense de Letras seja uma realidade: João Eudes Costa, nosso presidente; além de Ângela Costa e Wanderley Barbosa, que não são acadêmicos, mas tiveram participação decisiva desde o princípio. Esse detalhe, de não serem acadêmicos engrandece ainda mais a sua dedicação à causa. 

Segue a lista dos vinte imortais:


Relação dos acadêmicos e seus respectivos patronos e patronesses:

Cadeira n° 1 
Bruna Borges Costa
Patronesse- Rachel de Queiroz

Cadeira n° 2 
Francisco Carlos Carvalho da Silva
Patrono- Aderaldo Ferreira de Araújo

Cadeira n°3 - 
Jose Nilson Ferreira Gomes Filho
Patrono- Alberto Porfírio

Cadeira n° 4 – 
Adail Bessa de Queiroz
Patrono – Esperidião de Queiroz

Cadeira n° 5 - 
Elisângela Martins da Silva Cruz
Patrono – Eusébio de Sousa

Cadeira n° 6 –
Maria Angélica Nogueira Bezerra
Patrono – Francisco Maurício de Góes Holanda

Cadeira n° 7 – 
João Xavier de Holanda
Patrono – Jáder Moreira de Carvalho

Cadeira n° 8 – 
Antônio Clébio Viriato Ribeiro
Patrono – José Limeira

Cadeira n° 9 – 
Maria das Graças Ferreira Lima
Patrono – José Bonifácio de Sousa

Cadeira n° 10-
Gilnei Neves Nepomuceno
Patrono – Luciano Barreira

Cadeira n° 11- 
Maria Zeneida Costa
Patrono – Pedro Segundo da Costa

Cadeira n° 12- 
Francisco Jardes Nobre de Araújo
Patrono -Miguel Benedito Peixoto

Cadeira n° 13- 
João Eudes Cavalcante Costa
Patrono- Moacir Costa Lopes

Cadeira n° 14- 
Marcos Mairton da Silva
Patrono – Álvaro de Góes Holanda

Cadeira n° 15 – Manoel Dias da Fonseca Neto
Patronesse- Maria Rocilda Ferreira Fonseca

Cadeira n° 16 – 
Sebastião Diógenes Pinheiro
Patrono – José Maria Moreira Campos

Cadeira n° 17 – 
José Anízio de Araújo
Patrono- Jaime Evangelista de Araújo

Cadeira n° 18 – 
Lúcio Gonçalo de Alcântara
Patrono- Manuel de Oliveira Paiva

Cadeira n° 19 -
Ana Carolina de Holanda Pavão Santana
Patrono- Celso Serra Azul

Cadeira n° 20 – 
Antonio Weimar Gomes dos Santos
Patrono- Patativa do Assaré


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Poesia de Dalinha Catunda



Hoje é 25 de outubro, aniversário da cidade de Ipueiras, no Ceará. Terra onde nasceu Dalinha Catunda, poeta que vive nos brindando com seus versos cheios de emoção e verdade.

Hoje, não poderia ser diferente. Apesar de viver longe de Ipueiras, Dalinha não esquece a sua terra, como se vê dos versos que ela enviou hoje a este Mundo Cordel.


MINHA ETERNA IPUEIRAS
Dalinha Catunda
*
Cento e vinte nove anos,
Faz minha terra querida
Onde vivi os encantos
De boa parte da vida
Tenho orgulho do meu chão
Do meu pequeno sertão
E disso nem Deus duvida.
*
Hoje mais bela que nunca,
Ipueiras me fascina,
Está bem desenvolvida
Já deixou de ser menina
É uma senhora cidade
Renovada a cada idade
Do progresso é oficina.
*
Ipueiras dos poetas
Que nasceram neste chão,
Jeremias, costa Matos,
Gerardo Mello Mourão,
Bardos da minha cidade
Pra minha felicidade
A fonte de inspiração.
*
Esta terra centenária
Tem história pra contar,
Que no baú da memória
Estou sempre a registrar
Pra contar mais adiante
A história relevante
Que envolve o meu lugar.
*

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cordel na TV

No dia 07.09.2012, o programa de televisão Mixtura, do canal TCM, de Mossoró, falou sobre cordelteca, entrevistando o editor Gustavo Luz, da editora Queima-Bucha, sobre o assunto.

Vale a pena conferir:


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Participação dos leitores

MAIS UM PÓS-GRADUANDO POETA

Depois da postagem anterior, outro pós-graduando se inspirou e deixou aqui o seu comentário. 

Mas, como eu já disse outras vezes, um comentário desses tem que virar postagem.

É este o comentário que Anderson Almeida deixou sobre a sua postagem "Participação dos leitores":

Essa história me lembrou
meu tempo de TCC
orientador medonho
parecia até querer
me explorar até as tripas
só pra me fazer sofrer.

Mas no final a vitória
nos recebe sorridente
orientador e nós
ta todo mundo contente
pois terminou a peleja
que me fez ranger o dente.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Participação dos leitores


Já disse aqui, mais de uma vez, que uma das coisas que mais me alegra neste Mundo Cordel é receber textos elaborados por leitores, que generosamente os enviam para enriquecimento cultural do blog.

Desta vez, quem me deu essa alegria foi o Fabiano Timbó Barbosa, que narrou em versos a luta dura que é concluir uma pós-graduação e elaborar a dissertação para a obtenção do título.

O blog do Fabiano é o Senectude, e o texto enviado é esse que está logo abaixo.

Grato, Fabiano, e venha sempre a este Mundo Cordel.

Um abraço.



AS CHAGAS DA PÓS-GRADUAÇÃO
Fabiano Timbó Barbosa

Meu nome é Fabiano
Eu vou passar com fervor
Passos sofridos e árduos
Que servirão sem temor
A qualquer estudante
Que quer ser pesquisador.

Em primeiro vem a idéia
Não seja complicada
Pensar em algo novo
Que não seja copiada
Ética e relevante 
Que possa ser aplicada. 

 As novas idéias vêm
Algumas muito boas
Outras são complicadas
Algumas ficam a toa
Até que lhe aparece
Aquela idéia que voa.

O projeto de pesquisa
É uma importante etapa
Orgulhoso professor
Bota o aluno na chapa
Aquele que não fizer
Merece levar tapa.

E agora sem demora
Vem a fase da escolha
Chega a hora do projeto
Alguns parecem cebola
Outros seriam abacaxi
Mas nada de taparolha.

O projeto tem de tudo
Método e estatística 
Termo e autorização
Mas a casuística
Faz o discente pensar
Querendo ser estadista.

O projeto possui partes
Escreve-se que dá dó
Todas são importantes
Que a cabeça dá um nó
Não fosse o orientador
Seria um forró bodó.

Depois de terminado
E com orientador
Fica tudo meio bom
Projeto diminui a dor
É muita ansiedade
Mas pouquíssimo andor.

O orientador sem pena
Parece um valentão
Exige que se conserte
Deixando o aluno na mão
Parece que tudo mexe
E deixa o aluno bobão.

O projeto termina
E vai aquela comissão
Analisa a ética
Deixa tudo no chão
Quando menos se espera
O aluno recebe não.

Quando o fato acontece
É chorar e ranger dentes,
Mas afinal que fazer?
Recomeçar valente
Para quando terminar
O aluno se sentir gente.

A comissão de ética
Faz nova avaliação
Parecem o satanás
Querendo uma  humilhação
Mas quando tá perfeito
Não podem recusar não.

Projeto assim aprovado
Começa com seleção
Difícil encontrar gente
Para participação
Quando o sujeito aparece
Está feita a seleção.

Os sujeitos ajudam
A pesquisa começou
Parece que todos andam
Ninguém ainda parou
O aluno fica aflito
Só Jesus que ajudou.

A fase da coleta
Mais parece um terror
Mas a pesquisa vai
Comanda o orientador
Todo mundo socorre
Até mesmo o computador.

Quando termina a coleta
Começa outra fase
Onde está o estatístico
Parece espaçonave
O aluno fala algo
O estatístico põe crase.

Os dados coletados 
Ganham um tratamento
O discente maroto
Inicia o polimento
Aquele que não fizer
Parecerá um jumento.

O melhor está por vir
Ai começa a escrever
Mas tudo com cautela
O orientador quer ver
E o discente entrega
Agora é só com prazer.

O orientador quer ler
Com muita calma e cautela
A redação das linhas
Parece garranchela
De tanto o aluno pegar
Parece manivela.

 O orientador sofre
Pensa com calma e tensão
Chama o aluno de lado
Para uma conversação
Explica-lhe de tudo
E pede reconstrução. 

O aluno revoltado
Pensa logo em desistir
Mas é muito danado
Pára logo a refletir
Muda rápido o texto
Para ele poder partir.

O orientador aceita
O aluno fica feliz
Agora só falta a banca
Que deixa o aluno no triz
Sofrimento nunca acaba 
Parece um chafariz.

Banca agora formada
Aluno no seu melhor
Começa a explicar tudo
Toda platéia com dó
A pesquisa foi boa
Mas a banca dá um nó.

O momento da defesa
Mais parece uma agonia
Aluno sabido e esperto
Leva na maior anarquia
Professores da banca
Não fazem zombaria.

Aluno vai pra berlinda
Começa a jogatina
Aluno responde tudo
Mas parece sabatina
É como dia de domingo
Com padre e sua batina.

A banca se reune
Todo mundo na tensão
Não se sabe ao certo
Pra que tanta confusão
O aluno fica nervoso
E o orientador com tesão.

Pais, colegas e irmãos
Os professores de curso
Sentam-se para ouvir
Quem parece urso
Todos ficam encantados
Com um lindo discurso.

Momento da grande nota
Aluno nervoso na hora
Orientador na tensão
Todos falam sem demora
Aluno com aflição
Mas o dia é de vitória.

A vitória foi bonita
Parece que terminou
O aluno quer descansar
Agora que começou
O professor lhe explica
Ele ainda não publicou.

Escreve o manuscrito
Com à dificuldade
Faz tudo muito difícil
Parece na faculdade
No final fica bonito
E acaba a crueldade.

A revista científica
Critica, processa e envia
O aluno muito carente
Aguarda com fidalguia
Depois de muito tempo
Um parecer resolvia.

Envia o manuscrito
Ninguém quer aceitar
Trabalho foi bonito
Mas falta finalizar
Quando menos espera
Aceita pra publicar.

Terminou esta etapa
Da sua pós-graduação
Aluno fica feliz
Orientador babão
Ninguém advinha ao certo
Quem fica com mais tesão.

Se você já deseja
Ser grande pesquisador
Este será seu destino
Enfrente sem temor
Levante sua cabeça
Faça isso por amor.